domingo, 15 de março de 2015

A longa jornada.



Caminhar nunca foi fácil.
No inicio a largada é sempre festiva.
Várias mãos apertam a sua.
Vários sorrisos se juntam ao seu.
Daí, você se vê pleno, cheio de tudo que lhe completa e dá força para começar.
Você anda.
Corre, cheio de fôlego, de esperança.
Tempos depois, os sorrisos já não lhe fazem ganhar energia.
São poucos que ainda te acompanham no torneio. E você sabe como isso magoa.
Saber controlar as emoções e driblar tais contratempos se tornou parte mais importante do jogo, mais até que ganhar o campeonato.
Sobreviver é o troféu.
Às vezes é preciso se afastar. Então você se afasta.
 É preciso jogar água na fogueira, para não atrair os predadores de alma.
Bater a poeira da perna e continuar a caminhada, mesmo que sozinha.
Caminhar...
Depois de muitos quilômetros, quando chegar o momento de pedir água, parar de correr.
Deixar a mochila no canto e se hidratar de tudo que te dá ânimo.
Nem sempre os postos de ajuda são recheados de compassivos.
Muitas vezes, somente em uma mão que encontraremos o apoio para terminar a escalada.
Saber conhecer essa mão é, sobretudo, reconhecer no outro aquela chama que te fez iniciar o trajeto.
E no fim de tudo, quando avistar a bandeira no alto, dançando ao vento sudoeste.
No fim de tudo, quando a chuva lhe recepcionar na chegada, com um beijo gelado de amor.
E no fim de tudo, quando terminar sua jornada e alcançar seu objetivo, saberá a quem agradecer.
Saberá a quem abraçar.
Saberá dividir os louros da vitória, e toda jornada terá valido.
Por uma mão, que te levantou no degrau mais difícil.
É por ela que você venceu.

Apenas por ela.
Lays Caminha




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